quinta-feira, 9 de junho de 2011

Lições do dia em que eu cai do telhado

Ontem eu cai do telhado...

Eu estava em meu quarto pela manhã, terminando de me arrumar para ir trabalhar. Estava ouvindo nossa cachorra Frida, latir nervosamente, mas como ela late muito e sempre, a princípio eu nem me preocupei. Mas os latidos aumentaram e a barulheira era tão intensa que parecia haver um leão se debatendo em cima do telhado. Fui averiguar...

Quando cheguei no quintal avistei um gatinho em cima do telhadinho da lavanderia, uma espécie de "puxadinho", anexo à casa. O pequeno bichano estava acuado pela Frida, investindo vigorosamente contra ela, e apesar de ela ser o dobro do tamanho dele, ela somente latia ferozmente, sem no entanto atacá-lo.

Fred, nosso outro cachorro, latia com tristeza e medo, do chão, como se estivesse encorajando Frida a acabar com a raça daquele gato que invadia o território deles descaradamente, comendo sua ração e se aconchegando em seus colchões e cobertas.

Eis que foi inútil gritar, tentando espantar o gatinho e acalmar a cachorra.

Minha primeira reação foi pegar uma vassoura e espantar a ameaça, quando eu inocente da diferença de peso entre mim e os animaizinhos que ali estavam, dei a primeira pisada no telhado apoiado pela estrutura de madeira e a segunda pisada foi como se me faltasse o chão. Eu afundei como se tivesse pisado em uma nuvem.

Atenção crianças: não façam isso em casa, muito menos em outro local, e adultos, NUNCA façam isso! Telhas brasilit são fracas, e como são compridas, os
apoios são distantes uns dos outros... Aquelas transparentes então, nem se fala, depois de anos tomando sol e chuva, parecem feitas de papelão. E eu com vergonha de confessar esse acidente (ou incidente) sendo engenheira de obra, que ando o dia todo de bota de segurança e capacete, sempre alertando "meus meninos" como trato carinhosamente a peãozada que trabalha comigo a utilizar o cinto com talabares ao trabalhar em andaimes e escadas.

Para a minha sorte, a casinha do Fred estava bem abaixo de mim, e aparou minha queda, me fazendo permanecer em pé, com o telhado me envolvendo como se eu estivesse em uma piscina, braços por sobre as telhas em meu mar particular.

Não machuquei nada, aparentemente. Sujei minha roupa completamente. Espantei o gato, era minha meta! E o que mais me doeu foi a vizinha intrometida, me avistar por cima do muro que divide nossos terrenos, naquela situação ridícula, sem explicação. Mostrei meu sorriso largo, explicando que não precisava se preocupar, que apesar do susto eu estava bem. Bem envergonhada do papelão!

Depois de me trocar, tomar uma água com açúcar, é que eu me lembrei que em 2008, quando eu estava na Polônia viajando a trabalho, minha mãe subiu nesse mesmo telhadinho, com o intuito de lavar o telhado da casa com a vap, e graças a Deus não lhe aconteceu nada de grave, pois ela caiu em cima de uma mesa de plástico branca frágil, daquelas de jardim, que se quebrou ao meio, levando minha mãe direto ao chão e batendo a cabeça, que sangrou e causou-lhe um desmaio, e que quase causa um ataque à minha avó que, vendo a filha deitada e sangrando, se não fosse a mesma vizinha a socorrê-las, nem sei o que teria acontecido.


Lições aprendidas: não suba em telhadinhos de "puxadinhos". E não fique brava com vizinhas intrometidas. Um dia elas podem salvar a vida de sua mãe e sua avó! E a sua, talvez...

Ah! E minha avó e minha mãe me ensinaram a jogar água no gato. Simples assim!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sobre desejos

Gostaria de escrever sobre desejos... Meus desejos, desejos da humanidade...

Primeiramente, gostaria de ter tempo de escrever com mais frequência. Mas sobre o tempo, eu já aprendi que é uma questão de prioridade.

Gostaria de aprender a falar francês. A língua é linda, seria um diferencial para a minha carreira dentro desta multinacional francesa em que trabalho atualmente. Comp
rei um livro com CD há mais de 2 meses. Pela mesma falta de tempo, não saí da primeira lição...

Em todo início de ano, mentalizo e escrevo meus desejos que gostaria de realizar durante o ano que se inicia. Estamos em setembro, e analisando minha lista, vejo que alcancei alguns orgulhosamente. Eu não li O Segredo, nem assisti ao filme, mas sinto, desde o ano passado, que a lei da atração funciona comigo, pois um desejo que, para mim, parecia impossível de se realizar, aconteceu: minha
viagem à Paris, visitar minha melhor amiga Nicole.

Esse ano desejei que meu tempo ficasse abaixo de 1 hora nas corridas de rua de 10km. Em 23 de agosto eu completei a prova Duque de
Caxias em 59 minutos, e em 30 de agosto, terminei a Corporate Run em 57 minutos.
Fiquei muito, muito feliz. Comecei a correr em novembro de 2006, e meu tempo naquela Nike 10k foi de 1 hora e 16 minutos. Também coloquei com meta para esse ano parar de beber. Na realidade era parar de beber muito, parar de beber frequentemente, mas enfim, uma fatalidade me fez parar de beber mesmo. Com isso realizei outro sonho que era emagrecer. E emagrecendo é que consegui diminuir meu tempo nas corridas. O que queria registrar é que um acontecimento levou a outro, e desencadeou uma série de acontecimentos, tanto bons, quanto ruins. É só uma questão de encarar com bom humor, aprender lições com os erros, sempre dar risada de si mesmo, e agradecer por mais um dia de vida.

Gostaria de que não houvesse mais fome, violência, assassinato, desrespeito, analfabetismo, guerra, corrupção, mortalidade infantil, doença terminal e sem cura.
Gostaria que não houvesse poluição, aquecimento global, desmatamento, tsuname, desmoronamento, praga, erupção vulcânica, incêndio, alagamento.
Gostaria de que todos tivessem educação, orgulho, justiça, amor, liberdade, alegria, saúde, paz, objetivo, desafio.

Só eu gostaria tudo isso acontecesse? Alguém aí ainda deseja um mundo melhor? Ou todos desistiram? E se você ainda tem esperança, o que tem feito para melhorar essa situação instalada?

Todos desejam ser felizes, mas que felicidade é essa que buscam? Você consegue ser feliz, rodeada de desgraças e maus tratos? O que me faz feliz, te faz feliz também? O que é qualidade de vida pra você, serve para mim também? Não, porque para mim é fundamental uma vida de qualidade, o que é bem diferente. E liberdade de escolha. Escolha por si só, e não o que a mídia escolhe por você, goste de você, ame-se e se aceite como é. Não queira ser magérrima porque a moda exige isso das modelos. Não deseje ser quem você não é, apenas faça o que for preciso para ser melhor. Para fazer o mundo em que você vive melhor. Para fazer quem vive ao redor se sentir melhor. E essas pequenas mudanças podem se propagar, e desencadear um mundo melhor.

Eu ainda desejo encontrar o grande amor da minha vida, desejo ter um filho, desejo trabalhar com o que eu amo, e amar o meu trabalho, desejo ter saúde, desejo
estar sempre rodeada de amigos, desejo viajar, dançar, correr, dar muita risada.

Eu ainda desejo que o Brasil seja justo, humano, valorizado, rico, honesto, saudável, produtivo, cultural, sustentável, esportivo, orgulhoso, e feliz.

Faça a sua parte, eu estou tentando fazer a minha.

domingo, 18 de janeiro de 2009

E eis que surge um ano novo...

Bom, 2009 começou à pouco, e eu ainda estou engrenando nesse recomeço.




Meu inferno astral nem foi tão infernal assim, pelo contrário, foi ótimo. 2008 foi um ano espetacular para mim, além da consolidação de anos de alegrias e sofrimentos com a faculdade, ser efetivada, pegar o canudo, uma festa de formatura inesquecível, minha viagem à Europa, a visita à minha amada amiga Nicole em Paris, muitas amizades criadas, feitas, renovadas.


Meu Natal em família foi ótimo, a família aumentou com meu querido "cú" e os nossos dogs Fred e Wendy, retomei minha auto-estima, e superei a depressão que me assolava todo fim de ano, fiz uma viagem de Reveillon muito boa pra Praia da Baleia, litoral norte de São Paulo. Mas tudo o que não aconteceu no meu inferno astral se transformou em inúmeros contratempos, com meu Fusca, com meu narguile, comigo, que caiu fogo no meu pé, queimando meus dedinhos. Apesar de tudo isso, curti meus velhos amigos, reforcei algumas amizades e criei novas. Tudo regado à muita cerveja (nem sempre gelada), muita animação e risadas. Praia, sol, cerveja, piscina me deixam feliz.


Mas o ano novo começa e, apesar de descansada e recarregada, enfrento dificuldades que não serão fáceis de ser encaradas. Trabalho duro, prazos curtos, e os meus companheiros de setor de férias. E um valioso incentivo antes de me passar o bastão, além de sobrecarregada de trabalho e de responsabilidade, ele ter a certeza de que eu "vou espanar". Sim, é perceptível que, sob pressão, eu "espano". Mas é assim que eu sei trabalhar. Quando tenho um prazo apertado a cumprir, uma meta a alcançar, meu sorriso largo dá espaço à umas rugas na testa e um apertar de lábios, acompanhado de um ranger de dentes. Nada demais. Minha amiga amiga perdeu o emprego logo no dia 5 de janeiro, devido à crise. Penso, antes sobrecarregada à desempregada. E continuo acordando às 5h30 e deixando o Canteiro após às 20h, 21h, 22h... sem reclamar.


No âmbito pessoal, muitos problemas financeiros. Uma discussão familiar sobre dinheiro e amizade, e a paz deixa de reinar em meu lar. E é sempre assim, quando tudo anda bem, todos em paz e tranquilos, eu faço algo que desagrada a todos, e tudo vai por água abaixo. E aquela velha mania de resgatar antigas mágoas, de relembrar desavenças antigas. E eu me torno um poço de tristeza e de frieza, e o sorriso abandona novamente a minha face. É sempre um sobe e desce de alegrias e tristezas com minha família.


E para finalizar, minha vida amorosa, se é que eu possa chamar de amorosa, já que eu não amo ninguém, continua desastrada. Depois de um conselho que recebi, tinha decidido que ia mudar, maneirar. Mas isso já é uma atitude bem difícil de se tomar, já que eu gosto tanto de tudo como está. E mesmo depois de saber que tudo está ok, não consigo me controlar. Festas, farras. bebedeiras. Será realmente necessário eu me afastar de tudo isso.


As mudanças serão feitas aos poucos. Trabalhar bem, mas bem menos. Gastar menos, muito menos, e organizar definitamente as finanças, cumprir com minhas obrigações financeiras. Ser mais responsável em relação ao carro, ao volante, à bebida e ao sono. Controlar meus impulsos, e minha boca, para comer e para falar.


Ainda não deu tempo de fazer minha lista de desejos para 2009. Tenho até o fim de janeiro para enumerá-los. E verificar quais dos desejos de 2008 foram realizados e quanto tempo demorei para realizá-los.




2008 foi tão bom que eu fico com medo de 2009.




terça-feira, 25 de novembro de 2008

Enfim entrei no meu inferno astral



Segunda-feira, 24 de novembro de 2008. Olho o calendário ressabiada, hoje é segunda e eu odeio esse dia. Hoje começa minha TPM, pois meus seios já estavam doloridos desde domingo. E daqui à um mês exatamente eu faço 29 anos. Para completar o quadro decido iniciar hoje meu regime "pró-Verão 2009".


Por ser segunda-feira nada demais. Se o primeiro dia da semana fosse terça, eu o odiaria também. Já estou conformada, pois na segunda não se trabalha com afinco, muitas histórias para contar sobre um fim de semana prolongado, regado a futebol, viagens, corridas, presepadas... E se trata do dia mais distante da próxima segunda...


A TPM está no papo. Minha ginecologista receitou-me um remedinho que, disse ela, é tiro-e-queda. Leio a bula atentamente, letras minúsculas e nomes biologicamente infelizes, as 6h30 da manhã, ouvindo o Primeiro Programa na Transamérica, de roupão cor-de-rosa e toalha vermelha na cabeça. Tomo a primeira pílula e, como mágica, já me sinto melhor. Nem os beijos melados que meu pai me deu na bochecha, junto com os abraços desajeitados me tiraram o bom humor da manhã. Se tivesse uma balinha Tic Tac nesse mesmo envólucro, me faria o mesmo efeito?


Inferno astral? Sim, eu acredito, e sempre o vivi com a mesma intensidade dos apelos natalinos. Apelos estes que a cada ano se iniciam mais cedo. E com a crise então, as promoções de Natal já começaram!!!
Não é fácil fazer aniversário na véspera de Natal. E eu já escrevi sobre isso, e ressalto, competir com o nascimento de Jesus, com Papai Noel, ceia de Natal, amigo secreto em família, peru de Natal, presentes de última hora, árvore de Natal, pisca-pisca, estrela de Belém, os três Reis Magos, especial da Globo apresentado pelo Faustão de terno vinho de veludo molhado, especial do Rei Roberto Carlos, missa do Galo, queima de fogos de artifício... Ufa, acho que esqueci de alguma coisa... Ah sim, esqueci do meu aniversário. Todo mundo esquece. Agora é a minha vez de esquecer também.


E vejam vocês a ironia do destino. Por diversos anos trabalhei como Empacotadeira d'O Boticário do Shopping Center Norte (está lá, registrado na minha carteira profissional, mostro para quem quiser conferir, antes de ser Engenheira, fui Empacotadeira - e não era nas Casas Bahia, com o perdão da rima de Mama África de Chico Cesar), às vezes no dia dos namorados, às vezes dia das Mães, mas sempre no Natal, durante o mês de dezembro, desde o primeiro fim de semana de dezembro das 10 da manhã às 11 da noite, até às 18 horas do dia 24 de dezembro... Mal via a luz do dia, se chovia ou se ventava, ficava em pé por horas, por miseros 320 reais. As meninas da loja já me conheciam, preparavam uma pequena comemoração, só pra não passar em branco, mas o cansaço era tanto que nem se emocionavam... À mim sim, a emoção era grande, importante, já que meus amigos não se lembravam de me ligar nesse dia tão tumultuado. Eu era adolescente, me importava muito com isso. Não que eu não me importe hoje, mas é bem diferente. Pois eis que eu me surpreendo com a magnífica promoção lançada esse ano para os aniversariantes natalinos: "Quem nasce no Natal merece 2 presentes". Pois bem, e eu nem no Natal nasci, e sim na véspera. No site há um link de um Presentômetro, ele faz um cálculo de quantos presentes você deixou de ganhar por fazer aniversário no Natal. Eis que eu, sem nada para fazer, preencho os campos com minha idade, chuto 10 parentes, 5 namorados que tive, chuto 30 amigos verdadeiros, e chuto 10 puxa-sacos, o site calcula que eu perdi 1540 presentes. Isso derruba a moral de qualquer ser humano! Para que fazer isso com os pobres "natalinos"???? Mas não, a mim não vão afetar com esse número, de jeito nenhum... E ainda pula uma frase no site escrita assim: "Quanto amigo, hein. Já sei: você é loira de olhos verdes." Aooooonde? Lógico que depois dessa frase, coloquei no papel nome por nome os meus verdadeiros amigos, porque eu havia chutado o número. E enquanto escrevia, me lembrei de um texto que ouvi no Primeiro Programa, que dizia para você pensar em seus amigos de verdade. Depois, analisar quais deles carregariam o seu caixão. Não é para ser mórbido, é só para você conseguir peneirar dentre os que você considerava "verdadeiros", os que realmente iriam largar tudo para ajudar a carregar o seu caixão. E não falo de pessoas fortes, homens, mas os quais estariam ali para ó que der e vier, os que realmente se importam com você, a ponto de lhe dar o último adeus. Espero que nesse momento você deseje estar entre os seis verdadeiros amigos, e não precisam ser os meus, talvez você esteja de passagem nesse blog e nem me conheça, talvez você me conheça mas nem goste de mim, talvez seja meu colega apenas, mas reflita se você é um amigo verdadeiro de alguém nesse mundo, pois dos 30 que eu chutei inicialmente, num repente consegui escrever 24 nomes, para os quais há apenas seis alças para levar o meu caixão.


Ah, e mesmo que esses 6, ou 24, ou 30 não me liguem no meu próximo aniversário, ou no Natal, como acontece, só de pensarem por um segundo em mim, só de se lembrarem rapidamente entre tirar o peru do forno e gritar com as crianças para não puxarem a barba do Papai Noel, já me deixa imensamente feliz. Porque eu aprendi a apreciar o Natal, o feriado prolongado, o Reveillon que se aproxima, e a esperança que os dias que virão serão muito melhores!


Se tiver curiosidade, acesse o site http://www.nascinonatal.com.br/ e veja também o vídeo manifesto. Chega bem perto do que eu senti esses anos todos.


Mesmo com a depressão que me assombra nessa época, e mesmo ganhando 1 presente só durante esses 28 anos de comemoração, eu não tiro nunca meu sorriso largo do rosto... Porque sou feliz, muito feliz.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Agora estou em Lodz

Estou muito feliz com toda essa viagem. Estou trabalhando muito! Estou comendo muuuuito, bebendo só um pouquinho!!!

domingo, 24 de agosto de 2008

Estou em Varsóvia!

Uma viagem a trabalho proporcionando conhecimento, cultura, lazer, diversão, entretenimento, alegria, descanso, experiência profissional...


Essa é uma terra reconstruída, após ser devastada pela Segunda Guerra Mundial. Um povo vencedor, pois não é fácil se reerguer.

Há maravilhosos lugares para beber, comer, visitar...

Fico a tentar perceber nomes, falas. Por favor, liguem a tecla sap... Eu só sei falar "bom dia" e "obrigada" em polonês...

Amanhã inicia-se o trabalho. Estou ansiosa.

Nada de fotos, porque a cabeçuda esqueceu o cabo da câmera, rs


quarta-feira, 20 de agosto de 2008

A ansiedade do novo

Como bem me lembrou minha amiga Nicole, em minha entrevista para estágio, fui questionada pelo domínio da língua inglesa e espanhola, e sobre a possibilidade de viajar a trabalho...


Meu domínio da língua é total, mas só se for para beijos. Meu inglês porco eu devo à minha digníssima professora Nicole Cordery, em um curso de 1 ano de duração, muitas risadas, e uma amizade eterna. Meu espanhol mal falado eu devo pela minha falecida avó boliviana Lizarda, que me chamava de Denice, de quem eu puxei a energia para sair e "bater pernas" por aí, sem querer nunca parar para descansar, sem recusar um convite sequer. Meu pai me abraça, reclama, e vê em mim a mãe quando era jovem, bonita, e cheia de amor para dar...

Como disse minha amiga Priscila, o cancêr nada mais é que uma doença que invade o corpo de uma pessoa que se entrega à tristeza, ao mau humor, ao sofrimento. O corpo humano reage a todos os estímulos, exteriores ou interiores. Não posso reclamar de ter sofrido falta de boa saúde: nunca quebrei nenhum osso (a não ser quando na ocasião de meu nascimento, quebraram minha clavícula, mas também, eu passei da hora de nascer, e já tinha até feito cocô na bolsa, aí não vale, pois não foi culpa minha), nunca tive doeças respiratórias, nunca passei por uma cirurgia, uma simples catapora na infância, nada de diabetes, gastrite... Mas se acontece algo diferente ao meu redor... aí meu corpo reage, inflama a gargante, mal consigo engolir, dificuldade na respiração, insônia... E olha que eu abuso... Mas quando estou feliz, com aquele característico sorriso largo no rosto, posso tomar chuva, nadar nua, beber gelado, tomar sol, tudo, que a saúde permanece impecável.

Pois agora que essa viagem magnífica está se aproximando, eu não consigo dormir, minha garganta fechou, entrei "naqueles dias" sem ser a hora certa, estoura um montão de espinhas no rosto...

E ainda mais nervoso quando tem gente invejosa ao meu redor, sabotando a viagem, ou maldizendo minha responsabilidade e comportamentos. Justo eu, que não vejo maldade em ninguém, que quero o bem de todos ao meu redor. E eu que quase coloquei silver tape pra não sair gritar para todo mundo ouvir que eu ia viajar. Acho mesmo que essa dor de garganta é do grito que ficou entalado no dia em que o Klebinho me ligou, perguntando se o meu passaporte já estava pronto.


Para me previnir, fui à minha querida cabeleireira Márcia, retocar as luzes e fazer uma progressiva em meus longos e embaraçados cabelos. Fui ao pronto socorro como de costume, tomar uma injeção e pegar uma receitnha de amoxil. Uma semana sem beber, para depois poder aproveitar todas as vodkas polonesas que eu conseguir provar! E levar...

Eu sempre digo às minha amigas, que eu tenho mais medo de ter câncer, do que de pegar Aids. Lutar contra um câncer é difícil, desgasta, é sofrido. A Aids não tem matado a não ser que o organismo esteja fraco, mas aí não se morre de Aids, e sim de alguma infermidade que baixou a imunologia. Mesmo assim eu tenho usado camisinha, minhas queridas. Eu sou louca, mas nem tanto (mais).

E ontem à noite assistindo ao jogo da Itália que venceu a Polônia no vôlei masculino das olimpíadas de Pequim, eu reparei em como eles são branquinhos e lindos!

Comprei minha mala hoje. Não estou aguentando mais a ansiedade. E o nosso cliente voltou atrás em sua decisão sobre os testes de tipo. Ainda bem que depende de faturamento essa viagem.

Mas, mais do que feliz pelo reconhecimento pelo meu trabalho, e a confiança de me oferecer tal oportunidade, é a possibilidade de passear, conhecer o mundo antigo, outra cultura, costume, lugares, arquitetura, culinária. E ainda melhor, ter a grande chance de visitar Nicole e Diego, e conhecer a Cidade Luz. É um grande sonho que se realizará.